Na prática, o segundo mandato do Prefeito Juninho Gaspar começou quando ficou confirmado que ele seria um candidato plebiscitário carregado por 13 partidos. Naquele momento, ao invés de pensar estratégias de campanha, ele começou a planejar sua equipe de governo para o mandato de 2025 a 2028.
A singularidade desse acontecimento inédito na história política de Batatais, terá que ser analisado profundamente, pois leva a muitas reflexões. Em uma eleição sem adversários, o foco da população se desloca de uma disputa tradicional para uma avaliação direta do atual governo e suas expectativas para o futuro. Esse cenário, que se apresenta como uma vantagem imediata para o prefeito, carrega em si, um peso de dúvidas que poderá resultar em grandes surpresas.
A reeleição sem concorrentes oferece uma oportunidade única de reafirmar a sua liderança ao juntar a quase totalidade dos partidos numa mega coligação. Portanto, o que se espera, é uma votação expressiva, muito acima de 50% do eleitorado, em uma clara demonstração de confiança, nesse contexto de plebiscito. Um apoio expressivo será uma mensagem inequívoca de apoio à sua gestão no mandato de se encerra no final de 2024.
Um segundo mandato iniciado com incontestável aprovação popular nas urnas, trará, com certeza, o bônus da estabilidade, mas também o ônus da responsabilidade redobrada. Juninho não precisará, nesse caso, apenas de continuidade ao que já fez, mas será necessário turbinar suas ações com inovação e eficiência. A pressão por resultados será grande, e qualquer vacilo será cobrado com veemência. A confiança popular virá acompanhada de grandes expectativas. Quanto maior for o apoio nas urnas, mais alta será a expectativa da população em relação ao desempenho do novo mandato.
Caso a sua gestão não consiga alimentar as expectativas, ou se Batatais enfrentar desafios importantes que não sejam bem administrados, o Prefeito poderá ver seu futuro político seriamente comprometido. Assim, uma votação expressiva agora poderá se tornar uma faca de dois gumes: qualquer falha significativa será vista como uma traição à confiança nele depositada.
OUTRO CENÁRIO
Em outro cenário, muito mais difícil de ocorrer, com a dupla Juninho e Ricardinho recebendo uma votação sem o devido apoio popular, com apenas 50% ou menos do eleitorado, o novo mandato começará com desconfiança, especialmente, da Câmara e dos partidos de sua base. Será muito mais fácil surgir uma forte oposição entre os representantes do povo que assumirão uma postura mais crítica do que de apoio, fazendo eco à vontade do eleitorado e dificultando a aprovação de projetos importantes fazendo gerar um cenário de cobranças constantes e grande desgaste político.
Uma votação abaixo do esperado sinalizaria insatisfação de uma parcela significativa da população, o que pode minar sua capacidade de governar com tranquilidade. O prefeito entraria em seu novo mandato com uma base política receosa e com o peso de ter que recuperar a confiança do eleitorado que, escolheu se abster ou anular o voto. Em um cenário de descontentamento popular, os vereadores, que refletem os interesses de suas bases, poderiam se sentir pressionados a adotar uma postura mais crítica e exigente.
FUTURO COMPROMETIDO
Independentemente do que aconteça neste domingo, dia 06 de outubro, o segundo mandato de Juninho Gaspar será um verdadeiro teste para sua carreira política. Se ele conseguir alinhar expectativas e entrega, poderá solidificar sua liderança, não apenas em Batatais, mas também a nível regional, abrindo portas para voos mais altos. Porém, a frustração dos eleitores com a gestão municipal poderá ocasionar o enfraquecimento de sua influência política.
Em última análise, a candidatura única torna a vitória garantida, mas não facilita o mandato. O que será decisivo é a forma como Juninho enfrentará as expectativas e pressões que virão, e como ele conduzirá sua gestão para transformar a mega coligação que conseguiu e o apoio inicial, em um legado duradouro.
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