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O custo do voto para vereador e a realidade das campanhas eleitorais no interior

Esse editorial busca olhar para o papel fundamental das campanhas eleitorais e o custo envolvido em cada voto, ajudando aos candidatos e eleitores de Batatais a refletirem sobre a importância da participação de cada um no processo democrático.


Na política municipal a questão do desenvolvimento da cidade está focada nas campanhas eleitorais, em especial para vereador, pois eles formam o elo de ligação entre os cidadãos e o Executivo. Em Batatais, com 44.504 eleitores, a disputa eleitoral para as 15 vagas da Câmara Municipal é acirrada: são 172 candidatos, em uma concorrência que reflete a importância do Legislativo no cotidiano da nossa Estância Turística.


Uma questão relevante, que precisa ser discutida de forma transparente, é o custo de uma campanha para vereador, especialmente aqui no interior do estado de São Paulo, em comparação com a capital. O investimento necessário para se conquistar um voto varia drasticamente conforme o contexto socioeconômico e demográfico de cada local.


Na capital paulista, com uma população de mais de 12 milhões de habitantes e uma quantidade muito maior de participantes, o custo de uma campanha é significativamente mais elevado. Lá, campanhas profissionais envolvem grandes investimentos em marketing, redes sociais, equipes de rua, e frequentemente envolvem estruturas de comunicação sofisticadas. Segundo especialistas, em São Paulo, o custo médio de um voto pode variar de R$ 30 a R$ 80, dependendo da estratégia e do nível de campanha.


Já em uma cidades do porte de Batatais, o cenário é outro. No interior, as campanhas, em muitos casos, ainda mantêm um caráter mais pessoal e direto, onde a proximidade com o eleitor pode reduzir os custos per capita. Estima-se que o custo de um voto em um eleitorado como o de Batatais, oscila entre R$ 5 e R$ 20. A depender do candidato e da estrutura de campanha, esses valores podem subir, mas em geral, são bem mais baixos do que na capital.


Essa diferença de valores pode ser explicada pela menor necessidade de grandes investimentos em publicidade de massa. As campanhas no interior tendem a ser mais desenvolvidas em interações pessoais, caminhadas, reuniões em bairros e conversas diretas com o eleitor. As mídias sociais, embora importantes, ainda não substituem totalmente o contato humano em regiões menores, onde as redes de influência local e a boca a boca exercem um papel fundamental.


Contudo, mesmo aqui no interior, é preciso cautela com a profissionalização crescente das campanhas, que pode encarecer os custos, especialmente com o aumento do uso de ferramentas digitais, contratação de especialistas em marketing político e o crescimento da concorrência. A maior pluralidade de candidatos e partidos, como vemos em Batatais, com 172 candidatos, também pode pressionar os candidatos a investir mais para se destacarem em relação aos demais concorrentes.


Mais do que refletir sobre os números, é importante ponderar o impacto desse investimento para a saúde democrática. Quanto mais alto o custo de uma campanha, mais limitado pode ser a participação dos cidadãos com menor poder aquisitivo, o que afeta a diversidade e representatividade no processo.


É fundamental que os eleitores estejam atentos ao perfil dos candidatos e, principalmente, às propostas apresentadas. O voto consciente é a maior ferramenta para garantir que o custo das campanhas não se traduza em mandatos direcionados apenas para interesses privados, mas sim para a maioria da população.


O futuro de Batatais depende da escolha que os eleitores fizerem nas urnas, e essa escolha não deve ser influenciada pelo volume de recursos investidos, mas sim pela capacidade dos candidatos de representação popular.

 

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