Consideração
- Letícia Moraes
- 17 de jan.
- 2 min de leitura
Aquilo que nem todos têm e que alguns têm demais. Consideração é uma palavra muito grande de se escrever e muito difícil de se interpretar. As pessoas podem confundir com gentileza, quando na verdade vai além disso. Considerar alguém é saber ouvir sem julgamentos e responder sem agressividade. É aquilo que você faz no fim do dia, mesmo cansado, pra ver o outro bem.
Considere que toda situação tem dois lados, e ninguém precisa se anular, apenas entrar em consenso. Quando uma das partes apenas precisa ceder, a consideração já se esvaiu pelo ralo. É realmente muito difícil saber dosar, porém necessário. E quando não nos consideram na mesma intensidade, podemos assim deixar partir.
O sentimento de consideração é ainda mais importante que o amor. O amor as vezes é cego, mas nem sempre ele faz com que a pessoa respeite, por si só não é suficiente, precisa vir acompanhado de algo mais. Por outro lado, esse mesmo amor pode fazer uma pessoa ceder mais que a outra, mostrando assim a importância de sentimentos páreos e equilibrados.
Você pode considerar coisas e situações, mas o mais potente sentimento é quando se consideram as pessoas. É isso que nos faz ter empatia, querer manter diálogo sobre todas as coisas, amadurecer diante de alguns momentos drásticos. Mas é raro quem consegue conciliar tantas sutilezas assim.
Se você entrou por uma porta e não obteve como retorno sua consideração, pode sair pela mesma porta ou ainda pela janela. Não se perca e nem perca tempo em corações vagos. Um dia a pessoa que não te considerou pode aprender através de você a considerar um próximo, desde que você não aceite tudo que vier e demonstre seu lugar.
Quando nos perdemos, é preciso mergulhar em si. Só nessa sintonia plena é que seremos capazes de nos encontrar e saber nos colocar exatamente em nosso ambiente. Se situar pode às vezes ser árduo e intenso, pode cansar, mas é preciso observar e absorver muita coisa para realmente entender os laços e nós que envolvem um todo.
Não é preciso fugir, mesmo se tiver que partir pode deixar claro seus motivos, se o outro não quiser ouvir, paciência. A maior consideração deve ser aquela que você tem com você mesmo. Essa nunca falha, nunca desdenha, nunca deixa de alimentar seu “eu interior”, que é aquela voz que te avisa quando algo não vai bem.
Consideração, uma palavra tão pouco usada, tão pouco vivida e ainda assim cheia de expansão.
Letícia Moraes
Fisioterapeuta

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